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FAZENDA TRÊS BARRAS, LATIFÚNDIO IMPRODUTIVO POR VOCAÇÃO

  POR JOSÉ ALUÍSIO BOTELHO A fazenda Três Barras, um latifúndio com característica de Sesmaria, foi edificada no século dezenove, na ocasião em que Cristalina era apenas um aglomerado de garimpeiros em busca de fortuna. O primitivo dono de que se tem notícia foi o rico comerciante português major José Joaquim de Faria Lopes Júnior, estabelecido em Paracatu a partir de meados dos oitocentos, com casa de comércio. José Joaquim de Faria Lopes Júnior, nascido em 1836, natural no lugar de Sousa, freguesia de Santa Maria de Martim, Concelho de Barcelos, Portugal, filho legítimo de José Joaquim de Faria Lopes e de Custódia Rodrigues de Oliveira, e falecido em Paracatu aos 09/08/1910; foi casado com Lucinda Serafim de Faria Lopes, falecida em 12/10/1916, filha legítima do português mais rico de Paracatu à época, Ricardo Serafim de Sousa Porto e de Jacinta de Affonseca e Silva Costa; com ausência de filhos herdeiros no seu casal ou fora dele, José Joaquim instituiu como herdeira universal sua

IMIGRAÇÃO EM GOIÁS - HANS LEYSER

  Texto de autoria do Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz É permitida a reprodução dos dados desde que sejam citadas a autoria e a fonte de pesquisa, salvaguardando-se não que sejam utilizados com fins comerciais sem prévia autorização.                                  (Transcrito do blog "Genealogia e História de Goyaz)   De origem alemã, chegou ao Brasil com 20 anos. Casou-se com a brasileira Anna Bitencourt Leyser  nascida no município de Ipameri em 18/06/1898 .   Hans Leyser morou primeiramente em Cristalina, onde tinha um armazém de vendas de produtos diversos. Residindo em Cristalina, por ocasião da revolução de 30, que objetivava depor o presidente eleito, Washington Luis, e pôr em seu lugar Getúlio Vargas, houve a passagem de uma coluna de revolucionários que sitiou e tomou Cristalina. Esta coluna revolucionária foi organizada sob a chefia de Quintino Vargas, o proprietário do estabelecimento comercial situado à rua do Comércio, em Cristalina. Junto a coluna organizada por Quint

SÉRIE BIOGRAFIAS: IMIGRAÇÃO EM GOIÁS - CARLOS RODOLFO MOHN

   segunda-feira, 18 de março de 2024  (Transcrito do blog -  História e Genealogia - Sudeste de Goyaz ) Texto de autoria do Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz É permitida a reprodução dos dados desde que sejam citadas a autoria e a fonte de pesquisa, salvaguardando-se não que sejam utilizados com fins comerciais sem prévia autorização. Natural da Alemanha, nascido em 1890, chegou ao Brasil aos 16 anos de idade, em 1906. Em 1917 já estava e m Cristalina, mais tarde mudou para Ipameri. Em 1917, Carlos Rodolfo Mohn já estava instalado em terras goianas, na cidade de Cristalina-GO e ali casou-se com a brasileira  Joana Aguiar Mohn. Posteriormente, mudou-se para Ipameri. Em 1939 tinham os seguintes filhos: Fritz Mohn (com 16 anos naquela data), Augusto Mohn (com 14 anos), Carlos Mohn (com 11 anos), Erich Mohn (com 9 anos), Hugo Mohn (com 7 anos), Elisabeth Mohn (com 5 anos), e Hellmut Mohn (com 3 anos). Além desses ainda havia os seguintes filhos: Amália, Iracema, Oto, Rodolfo, Ida, Evangélico,

IMIGRAÇÃO EM GOIÁS: KARABETH NERCESSIAN

  IMIGRAÇÃO EM GOIÁS  (transcrito do Blog História e Genealogia - Sudeste de Goyaz)   Texto de autoria do Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz É permitida a reprodução dos dados desde que sejam citadas a autoria e a fonte de pesquisa, salvaguardando-se não que sejam utilizados com fins comerciais sem prévia autorização.   As 1ªs décadas do Séc. XX foram intensas de imigração de estrangeiros para o Brasil e também para Goiás. A migração dos sírios e libaneses, iniciada ainda na época do Império, com incentivo de Dom Pedro II, foi intensificada no início de 1900 a 1915 por conta do domínio do Império Turco-Otomano em seus países e os conflitos existentes nesse período. Questão que os levou a serem chamados de turcos no Brasil, pois seus passaportes eram emitidos pelo Império Turco Otomano. Com a I Guerra Mundial (1914-1918) e mesmo no pós guerra, devido às dificuldades financeiras de seus países, imigrantes de muitas outras nacionalidades acabaram aportando nas terras goianas, vindos dos portos

A EDUCAÇÃO EM GOIÁS NA REPÚBLICA VELHA E NO LESTE GOIANO

Por José Aluísio Botelho Introdução “A educação embrandece peles duras, amacia mãos ásperas, dá graça e doçura a olhos de pouca luz. Almeida Garrett”. Nas primeiras décadas do século vinte, houve um esforço acentuado dos educadores goianos em promover a modernização educacional no estado, a partir da criação de escolas públicas voltadas para a alfabetização primária, cujo objetivo era a erradicação do analfabetismo num estado essencialmente rural, pobre e culturalmente atrasado. Naquele período havia uma carência quase na totalidade de professoras primárias, as normalistas, decorrente da falta de escolas que oferecesse vagas para alunos interessados em ingressar no magistério, principalmente as senhorinhas, e, assim, melhorar a qualidade do ensino de primeiras letras. Concomitante, era importante também, a instrução secundária, que por norma, funcionavam anexas a esses educandários de formação primária. A ideia era a criação de escolas nas diversas regiões do estado, notadamente, nas c

CONTENCIOSO DAS TERRAS DO RIBEIRÃO EMBIRA EM 1920

  Por José Aluísio Botelho Embora não termos tido acesso aos autos do processo de compra de terras devolutas segundo a “Lei de Terras” de 1897, foi possível elaborar, mediante informações disponíveis em jornais da época, este pequeno texto sobre o conflito possessório que dá nome ao título do artigo que ora disponibilizamos aos nossos leitores. Córrego ou Ribeirão Embira – Nasce ao sul da cidade, hoje já em área urbana, e corre no sentido sudeste até alcançar o rio São Marcos, na divisa com Minas Gerais. O conflito fundiário em questão se deu pela posse e propriedade de terras situadas na margem esquerda do referido curso d’água, como se vê no memorial descritivo apresentado por um dos requerentes. Em 12 de dezembro de 1919, o fazendeiro José Jacinto Botelho, proprietário da fazenda Arrojado e do retiro do Esbarrancado, requer a compra de terras devolutas no município e distrito da então vila de Cristalina, solicitando a demarcação e medição da área, localizadas às margens esquerd

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DE CRISTALINA

  Por José Aluísio Botelho Cristalina na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Desde a emancipação política, administrativa e territorial da cidade em 1917, Cristalina experimentou uma estagnação desenvolvimentista severa, com sua economia baseada na pecuária extensiva de pequeno porte com predominância do gado curraleiro, paupérrima na produção agrícola e no extrativismo mineral derivado do garimpo rudimentar do cristal-de-rocha, que alimentava os ricos compradores e exportadores do Rio de Janeiro. A pequenina cidade parou no tempo: não existia a presença do estado na promoção de uma educação satisfatória, com o ensino voltado somente para a educação de primeiras letras; serviço de saúde ausente; a falta de energia elétrica e saneamento básico imperava, e assim por diante. Todo esse marasmo persistiu até os anos quarenta do século passado, quando ventos e rumores de uma possível conflagração bélica na Europa começavam a chegar na longínqua Macondo goiana. Coincidência ou não, o preço