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SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DE CRISTALINA, GOIÁS

   Por José Aluísio Botelho (Publicado originalmente em 08/11/2022) Breve histórico da região  Este breve ensaio pretende fornecer subsídios para que se possa contar a história de Cristalina. Para isso, r ecorremos a dois personagens que estiveram nos sopés da Serra dos Cristais em diferentes épocas: ao primeiro, o naturalista austríaco Johann Emanuel Pohl, que em sua viagem pelo Brasil, lá esteve em 1818. Diz ele: "Por diversas vezes ouvi comentar em Paracatu acerca da riqueza da Serra dos Cristais com cristais amarelos e brancos de grandeza incomum". Vindo de Paracatu, atravessou o rio São Marcos, e os ribeirões São Firmino e Lajes até seu destino, onde encontrou o capitão Lima, de Mato Grosso, que lá morava com a mulher e um diarista e explorava uma grande mina ao ar livre e era o único a se aventurar no garimpo do mineral. Relata ainda o naturalista Pohl que existiam outras duas minas, menos importantes: uma ao norte, chamada São Pedro e a outra, insignificante, denominad

CONEXÃO PARACATU/CRISTALINA - UMA FAMÍLIA PIONEIRA: OS BITTENCOURT ESMERALDO

  POR JOSÉ ALUÍSIO BOTELHO (Publicado originalmente em 30/01/2017) Bèttencourt – sobrenome de raiz toponímica, originário da Normandia, França, adotado pelos senhores de Bèttencourt e Granville. No século XV, membros da família imigram para as ilhas Canárias na Espanha e daí, passam à ilha da Madeira, e, por fim, para os Açores. Para o Brasil, ao longo dos séculos após o descobrimento, vieram inúmeros portadores do sobrenome em busca de melhores condições de vida. A corrupção do sobrenome se deu sobretudo no Brasil colônia, onde encontramos as variantes: Bittencourt, Bitencour, Bitencur, Bitancor, etc. Esmeraldo – sobrenome surgido na ilha da Madeira, situando-se entre as principais e tradicionais da freguesia da Ponta do Pargo, concelho de Calhetas. Parece ter desaparecido na descendência em Goiás. Em meados do século dezenove o madeirense Ayres Bettencourt Esmeraldo deu com os costados no sertão do noroeste de Minas, Paracatu, onde casou com uma filha da terra. Posteriormente, o casa

CRISTALINA, GOIÁS EM 1915 - ARRUAMENTO

  Por José Aluísio Botelho (Publicado originalmente em 25/01/2018) Cristalina é uma pequena e próspera cidade situada no leste goiano, distante cerca de  130 quilômetros de Brasília.  Em 1915, ainda com a denominação de São Sebastião dos Cristais (que três anos depois passaria a ser denominada de Cristalina), sede do distrito do mesmo nome, subordinado a comarca de Santa Luzia (atual Luziânia), era apenas uma diminuta povoação ou arruado, como se denominava na época. O núcleo inicial da povoação tinha apenas cinco ruas, uma travessa e a praça central em volta da capela de São Sebastião, mais tarde igreja matriz, que com o passar do tempo, o povo apelidou de “Cristalina Velha”, hoje o bairro mais antigo da cidade. Pois bem, através de decreto emitido pela Intendência Municipal de Santa Luzia, assinado pelo vice intendente em exercício Gabriel Machado de Araújo, fez-se nova demarcação e denominação das ruas  descritas topograficamente de maneira rudimentar: RUA DO COMÉRCIO, começa na cas

CENTENÁRIO DE CRISTALINA - GOIÁS EM 1917

  Por José Aluísio Botelho (Publicado originalmente em 23/01/2017) A cidade e município de Cristalina, estado de Goiás, está situada na divisa deste estado com o de Minas Gerais, distando cerca de 100 km de Paracatu, jurídica e afetivamente comemorou seu centenário no dia 18 de julho de 2016.  Em 18 de julho de 1916, a lei Estadual n.º 533, criou o município de São Sebastião dos Cristais, desmembrado do de Luziânia.  No entanto, a instalação solene só seu deu em 15 de janeiro de 1917, o que, na prática, representa o início da emancipação política e econômica do município, e sua existência de fato. A lei estadual de n.º 577 de 31 de maio de 1918, extingue a vila de São Sebastião dos Cristais, e cria o município de Cristalina, cuja sede tem o mesmo nome e vigora até o presente. Publicamos abaixo a ata de instalação do Município de São Sebastião dos Cristais, na sede do mesmo nome, em 15/01/1917, com a assinatura dos membros da Intendência, autoridades e gente do lugar. Apoiaram o ato sol