Por José Aluísio Botelho
(Publicado originalmente em 05/12/2022)
NOTAS GENEALÓGICAS
A partir do desbravamento da capitania de Minas Gerais pelos bandeirantes paulistas e as descobertas das zonas ricas em minério no território, surgiram as chamadas rotas da mineração, vindas da Bahia, principalmente Rio das Contas e Cachoeira, ricas em diamantes, de São Paulo pelo rio Grande e do Rio de Janeiro pelo caminho Novo, bem como outras de menor importância. As rotas originárias do chamado distrito diamantino, cujo epicentro se localizava no Tejuco, hoje Diamantina, Serro do Frio ou Vila do Príncipe, atual cidade do Serro e seus distritos minerais satélites, correram em direção ao noroeste – Paracatu, e para o sertão da Farinha Podre, notadamente, para as regiões auríferas do Desemboque.
Pois bem, em meados do século dezenove, o francês Raimundo Henrique Des Genettes, mais tarde padre Des Genettes, descobre um veio de diamantes no rio Bagagem, localizado no Alto Paranaíba. A notícia transcorreu como pólvora por toda a província mineira e fora dela, propiciando uma verdadeira corrida dos diamantes, acorrendo para lá uma multidão de garimpeiros profissionais, gente do povo, aventureiros, prostitutas, etc. Nesta verdadeira saga rumo ao oeste, muitas famílias do distrito diamantino rumaram para a nascente povoação da Bagagem e lá se estabeleceram, dentre elas, os Batistas dos Santos e Aguiar. Da rota de mineração da região hoje conhecida como quadrilátero ferrífero, de Itabira/Itabirito vieram os Resende. Com o esgotamento do garimpo de diamantes, a maioria se aquietou na região e outros continuaram avançando nas regiões de garimpo. Em 1880, o cristal-de-rocha, começou a despertar interesse de alguns países europeus e do Japão, elevando sua cotação de preços. Na rota de estrela do Sul para Goiás, a exploração do mineral na chamada Serra dos Cristais se tornou conhecida, motivando muitos a se estabelecerem na região, dentre eles, o coronel João Modesto Batista dos Santos e parentela, Marciano Antônio de Aguiar Júnior e posteriormente troncos familiares dos Resende. São estas três famílias pioneiras de cristalina o objeto deste breve esboço genealógico, acrescidas das famílias Afonseca e Cabral, que lá chegaram posteriormente, com a cidade já consolidada. Esperamos encorpar as genealogias, com acréscimos de descendentes interessados.
BATISTA DOS SANTOS
Família originária do norte de Minas Gerais, Conceição do Serro, hoje Conceição do Mato Dentro, distrito Diamantino. Estabeleceram na vila da Bagagem na década de 1850, por ocasião da corrida dos diamantes descobertos em abundância no leito do rio do mesmo nome, os irmãos, coronéis Modesto Batista dos Santos e Sincero Batista dos Santos, suas esposas e filhos. Em Conceição do Serro deixaram rastros de histórias relacionadas a embates políticos, membros que foram do partido liberal. Proprietários da fazenda Gaio, o coronel Modesto protagonizou um suposto assassinato de um padre comprador da dita fazenda em 1834, sem comprovação. Participaram ativamente da revolução liberal de 1842 na cidade do Serro. Em 1849, o coronel Modesto se vê novamente envolvido em episódio contra um morador da vila, por falsificação de documentos de compra de escravos, etc. Preso, foi levado para a cadeia da capital da província, Ouro Preto, e, posteriormente julgado e condenado a um ano de prisão nas galés com uso de calceta (grilhão de ferro com corrente). Na vila da Bagagem, os irmãos se tornaram principais no lugar, ocupando cargos de relevância na administração pública. Os filhos continuaram a influência da família e deixaram enorme descendência que se espalharam pela região até Goiás.
Coronel Modesto Batista dos Santos faleceu em 29/09/1874, atentando contra a própria vida com um tiro na cabeça. Não sabemos que fim levou o coronel Sincero Batista dos Santos.
1 Coronel Sincero Batista dos Santos, casado com Carlota Sincera dos Santos, teve pelo menos o filho descoberto:
1.1 Sincero Régio dos Santos.
2 Coronel Modesto Batista dos Santos, casado com Mariana Modesto da Silva. Filhos descobertos:
2.1 Coronel João Modesto Batista dos Santos. Comerciante abastado, com armazéns em Estrela do Sul, Araguari e Rio de Janeiro. Desde 1882, ele e outros sócios já explorava cristal na Serra Velha e exportava o mineral para o Rio de Janeiro. Na passagem do século dezenove para o vinte, estabelece na povoação de São Sebastião dos Cristais, atual Cristalina. Em 1903 é nomeado juiz distrital da povoação, então subordinada à Luziânia, e permanece no cargo até 1911. Adquiriu grandes extensões de terra na região limítrofe do distrito de Cavaleiro, comarca de Ipameri, que legou aos descendentes. Não descobrimos esposa e filhos do coronel.
2.2 Alferes Modesto Batista dos Santos Filho;
2.3 Joaquim Modesto Batista dos Santos, casado 1.ª vez em Estrela do Sul com Maria Carolina dos Santos, falecida em 10/12/1885 em São Simão, SP. O casal teve pelo menos o filho descoberto:
2.3.1 João Modesto Batista dos Santos Sobrinho, nascido aos 06/03/1878 e batizado em 23/06 do mesmo ano em Estrela do Sul; em 1905 já havia radicado entre as regiões de Ipameri e Cristalina. Proprietário da fazenda das Pedras, no distrito de Cavaleiro, tornou-se grande latifundiário na região. Foi casado com Gabriela Mendes dos Santos, gerando prole numerosa. Em 1962 o casal celebra bodas de diamante (60 anos de casados). Dentre os filhos podemos citar:
(Nota: os sobrenomes podem variar em uma época em que as pessoas assinavam de acordo com as suas conveniências)
2.3.1.1 João Modesto Batista dos Santos Filho;
2.3.1.2 Maria Iná Mendes dos Santos;
2.3.1.3 Dinorá dos Santos Camargos, casada com Aleixo Torres Camargos, natural de Paracatu, filho de José Elísio de Sousa Camargos (família Paula Sousa) e de Francisca Meireles Torres (família Siqueira Torres, Meireles).
Filhos:
2.3.1.3.1 José Carlos Camargos, falecido;
2.3.1.3.2 Orleide Camargos casada com Henrique Filemon dos Reis;
2.3.1.3.3 ‘Tuíca’ Camargos, falecido;
2.3.1.3.4 João Carlos Camargos, falecido;
2.3.1.3.5 Carlos Camargos;
2.3.1.3.6 Luís Carlos Camargos;
2.3.1.3.7 Geraldo Carlos Camargos;
2.3.1.3.8 Carlos Alberto Camargos;
2.3.1.3.9 Aleixo Camargos Filho;
2.3.1.3.10 + filhos
2.3.1.4 Maria Anete Mendes dos Santos, casada com Francisco Resende, vide Muniz Resende;
2.3.1.5 Joaquim Modesto Batista dos Santos Neto;
2.3.1.6 Álvaro Batista dos Santos;
2.3.1.7 Antônio Modesto Batista dos Santos ou Mendes dos Santos;
Joaquim Modesto dos Santos se casou 2.ª vez em São Simão, SP, com Simplícia Eulina de Sousa Nogueira, filha de Zeferino de Sousa Nogueira e de Simplícia Generosa da Silveira. Filhos:
2.3.1.4 Modesta, batizada em 12/06/1889;
2.3.1.5 Noêmia, nascida em 18/04/1891;
2.3.1.6 Dinorah, nascida em 30/08/1892 e falecida em 29/05/1893;
2.3.1.7 Boanerges, nascido em 10/11/1893.
Joaquim Modesto Batista dos Santos faleceu antes de1896 em São Simão, quando Simplícia casa pela segunda vez.
2.4 Modesta Benta da Silva;
2.5 Brígida Batista da Silva, casada com Francisco Batista de Matos.
MUNIZ DE RESENDE
Resende – originários do norte de Portugal, região do Porto, estabeleceram em Itabirito/Itabira em Minas Gerais no século dezoito. De lá, vieram levas de descendentes para o triângulo mineiro, chegando até Estrela do Sul, origem dos Muniz Resende de Cristalina.
Francisco Muniz de Resende, casado na Vila da Bagagem por volta de 1870 com Ana Luísa de Resende.
Filhos:
1 Maria Muniz de Resende casada com Mizael Gonzaga;
2 Antônio Muniz de Resende casado com Maria Augusta de Moraes;
3 Francisco Muniz de Resende Júnior casado com Maria Ferreira Bretas;
4 Manoel Muniz de Resende, nascido em 4/9/1875 em Estrela do Sul e falecido em Cristalina em 12/2/1959; casou-se com Cândida Augusta de Moraes, filha de Aprígio Augusto de Moraes e de Maria da Conceição de Moraes.
No início do século vinte o casal radicou-se em Cristalina, Goiás. Não descobrimos quando esta família se estabeleceu na nascente cidade. Certo é que em janeiro de 1918 Manoel Muniz de Resende é nomeado coletor estadual.
Filhos:
4.1 Demóstenes ‘Sinhô’ de Resende, 1905; casado com Auta Abadia de Resende. Filhos
conhecidos:
4.1.1 Luiz Resende; foi casado com Maria Angélica Ribeiro de Resende;
4.1.2 Luiz Antônio Resende;
4.1.3 Demóstenes (Maninho) Resende Filho;
4.1.4 Angélica Resende (adotiva);
4.1.5 + filhos;
4.2 Aprígio de Resende casado com Ceci Amaral, de Patos de Minas; filhos:
4.2.1 Elci ‘Cica’ Emanuel Amaral Resende; casado com Nívea Ribeiro, filha de
Domiciano Ribeiro e de Francisca Ribeiro;
4.2.2 José Amaral Resende ou José Muniz de Resende, nascido em 10/01/1937;
advogado; casado com Delza Ribeiro, irmã da precedente;
4.2.3 Urânia Amaral Resende, casada com Omar Ubirajara Cosac;
4.2.3 Sílvia Amaral Resende, nascida em 22/06/1940; foi casada com Alfredo Machado
de Araújo;
4.2.4 Sebastião Amaral Resende;
4.2.5 Maria Cândida Amaral Resende;
4.2.5 + filhos;
4.3 Francisco de Resende casado com Maria Anete Mendes dos Santos (Batista dos
Santos, acima).
Filhos:
4.3.1 Terezinha Resende (casada Resende Santiago); foi casada com Geraldo Santiago
(Geraldo Guri), natural de Ipameri, Goiás;
4.3.2 Gema Galgane Resende (casada Resende Lopes), casada com João Lopes;
4.3.3 Maria de Resende (casada Resende Nogueira); foi casada com José Nogueira (Zé Barrinha);
4.3.4 Maria Inês Resende, casada com Roberto Reinaldo, Betim;
4.3.5 Gabriela Maria de Resende;
4.3.6 João Sílvio de Resende;
4.3.7 Geraldo Resende;
4.3.8 Manoel Muniz de Resende Neto;
4.3.9 Walter Luís de Resende;
4.3.10 Vicente de Paulo de Resende;
4.3.11 Cândida Lúcia de Resende (casada Resende Cosac); casada com Igor Cosac, filho de Kaled Cosac e de Lutz de Paiva Cosac;
4.3.12 Maria de Lourdes Resende (casada Resende Lima);
4.4 João Batista de Resende, nascido em 24/06/1906 e batizado em 15/07 do mesmo ano;
casado com Rosa Leverger. Pais de:
4.4.1 Marlene Resende, casada com Evaldo da Silva Neiva, falecido em 2013, natural de
Paracatu, filho de Quintino da Silva Neiva e de Mariana Bijos Neiva;
4.4.2 Márcia Resende;
4.4.2 José David de Resende;
4.4.3 Maria Auxiliadora de Resende, casada com descendência;
4.5 Ana Muniz de Resende, nascida em 02/06/1910 e batizada em 27/09 do dito ano na
capela de Santa Rita, filial da Matriz Mãe dos Homens; casou-se em Cristalina com José
Marcelino dos Reis Calçado, Juquinha dos Reis, natural de Paracatu, dentista prático,
exímio musicista – flautista e bandolinista; filhos:
4.5.1 Maria da Glória dos Reis Calçado; foi casada com Clóvis Rocha, com descendência;
4.5.2 Geraldo dos Reis Calçado;
4.6 Maria Muniz de Resende, nascida em 22/04/1911 e batizada em 07/04/1912 na capela
de Santa Rita filial da Matriz Mãe dos Homens de Estrela do Sul; foi casada em
Cristalina;
4.7 Manoel de Resende Filho; foi casado com Amélia de Oliveira Resende. Pais de,
dentre outros:
4.7.1 Francisco (Francisquinho) Resende;
4.7.2 Antônio Claret Resende;
4.7.3 Bernadete de Lourdes de Resende;
4.7.4 Domingos Sávio de Resende;
4.7.5 Geraldo Magela de Resende.
4.7...+filhos (editar);
4.8 Álvaro Muniz de Resende;
5 José Muniz de Resende, sem notícias;
6 Joaquim Muniz de Resende, casado com Joaquina Luísa da Abadia, com descendência;
7 Genesco Muniz de Resende, nascido em 1883; casado 09/11/1906 com Felismina Rosa
de Moraes, filha de Irineu Osório de Moraes e de Ana Virgínia de Resende; filhos
descobertos:
7.1 Ana, nascida em 19/07/1907;
7.2 Durval, nascido em 11/10/1908;
7.3 Relva, nascida em 13/06/1911;
7.4 Irineu Muniz de Resende, nascido em 1914 em Estrela do Sul;
8 Mariana Muniz de Resende Moraes casada em 1905 em Estrela do Sul com seu primo
Álvaro Augusto de Moraes;
9 Alcides Muniz de Resende, nascido em 1888; casado em 09/02/1907 com Elvira Vieira
Coelho, filha de José Joaquim Coelho e de Augusta Vieira Coelho.
AGUIAR
(Ao meu amigo Sílvio Sérgio Coleto de Melo, nobre por excelência)
Família originária do distrito diamantino – Diamantina, Serro, Milho Verde, Barão de Cocais - minas de Congo Soco.
Perguntado certa vez de onde era natural, Marciano Aguiar Júnior respondeu prontamente, orgulhoso de seu estado de origem: “Sou mineiro, sou da terra berço da liberdade, onde cada pedra tem sua história e cada homem descende de heróis”.
Controvérsia
A tradição oral de acordo com Otto Mohn em seu livro “Estórias e Histórias de Cristalina” diz ser Marciano Aguiar Júnior descendente de Barão: seria ele bisneto do Barão de Cocais, José Feliciano Coelho da Cunha (1792-1869), nascido na fazenda da Cachoeira, e de Antônia Tomásia de Figueiredo Neves e neto de João Jacinto de Aguiar e de Antônia Josefina Pinto Coelho, filha do Barão. Ocorre que João e Antônia nasceram em 1829 e se casaram em 1856, logo, o casamento se deu um ano após o nascimento de Marciano em 1855, o que desfaz as conjecturas de Otto Mohn; - conclui-se que as datas em que nasceram, casaram e viveram os personagens são conflitantes. A contradição se impõe: Nem sempre as tradições orais familiares são verdades absolutas e conferem com os documentos de base primária. Para dirimir as controvérsias transcrevemos os batismos e o casamento dos supostos avós de Marciano Aguiar, coletados no projeto compartilhar.
Fl.181(75) do Livro de Batismos (com Óbitos) dos anos de 1819-1882 Igreja S. João Baptista do Morro Grande, Matriz, Barão de Cocais-MG, Arquidiocese de Mariana- Batismo de João em 05/03/1829.
Pais: Cap.m Jozé de Aguiar Leite e D. Emerencianna Claudomilla de Athaide.
Padrinhos: Antônio Jacinto Tavares(?) e D. Anna Maria de Athaide Portugal.
Padre: Euzébio do Coutto Barboza.
Vigário: Euzébio do Coutto Barboza.
Relançado na pag.88v(127v) do Livro de Óbitos (com Batismos) dos anos de 1745-1832. Consta o pai com o nome de Capitão Jozé de Aguiar Leite e Mendonça. Padrinhos: Antônio Jacinto Tavares(?) com procuração que apresentou o Ten.Cel. Jozé Felicianno Pinto Coelho e Pe. Sebastião J.e de Carvalho Penna(?)
Fl.27v(30v) do Livro de Batismos No.2 dos anos de 1817-1882 Igreja S. João Baptista do Morro Grande, Capela S.Anna de Cocais, Barão de Cocais-MG, Arquidiocese de Marianna-Certidão de Batismo de Antônia aos 28-03-1829
Pais: Ten. Cel. Jozé Felicianno Pinto Coelho da Cunha e D. Antonia Thomazia Pinto Coelho de Figr.do.
Padrinhos: Cap.m Manoel Thomas de Figr.do e D. Maria Con.çam de Soiza Coutinho.
Padre: João Baptista de Figr.do, vigário de S.ta Bárbara.
Vigário: Vicente Aleixo de Olivr.a.
Fl.118v do Livro de Casamentos dos anos de 1801-1862 Igreja S. João Baptista do Morro Grande, Capela S. Anna de Cocais, Barão de Cocais-MG, Arquidiocese de Marianna-Casamento de João Jacinto de Aguiar Pinto Coelho e Antonia Josefina de Figueiredo Pinto Coelho em 31/03/1856.
Testemunhas: Dr. Antonio Olinto Pinto Coelho e Ouvidio Cezar Pinto Coelho.
Padre: João Baptista de Figueredo.
Vigário: Euzébio do Coutto Barboza.
Foram dispensados pelo S.r Bispo da consanguinidade no 3.o grau.
Fica o registro, as dúvidas e indagações.
Marciano Antônio de Aguiar Júnior nasceu na vila da Bagagem? Diamantina?, atual Estrela do Sul, Minas Gerais, em 08/09/1855, filho de Marciano Antônio de Aguiar e de Lucinda Maria dos Prazeres, provavelmente neto de Daniel Antônio de Aguiar. Casado aos 03/10/1880 com Georgina Pereira (indagação: seria ela dos Botelhos de Estrela do Sul?) na igreja Mãe dos Homens de Estrela do Sul.
Nota: segundo está relatado por Otto Mohn em seu livro, Georgina Pereira pertencia a uma das famílias tradicionais de Estrela do Sul. Indagação: o seu sobrenome Pereira nos remete a dois importantes chefes políticos de Estrela Sul a época de seu nascimento e casamento: os coronéis José Gregório e Gregório José Pereira da Silva, casados com duas irmãs, Mariana e Carolina Jacinta de Castro; eles filhos do capitão Jerônimo José da Silva Botelho e elas filhas do capitão José da Silva Botelho. Conjectura: caso se confirme esta filiação, Georgina Pereira estava inserida na árvore familiar dos Botelhos de Araxá e Paracatu.
Segue,
De lá o casal migrou, no milésimo do século dezenove, para o povoado de Santo Antônio do Cavaleiro, distrito de Ipameri, fundado pelo lendário e multifacetado padre Raimundo Des Genettes, descobridor das minas de diamantes no leito do rio Bagagem em 1849. No Cavaleiro nasceram alguns filhos do casal Aguiar, que, por fim, estabeleceram na vila de São Sebastião dos Cristais. Lá, Marciano foi de tudo um pouco: ocupou cargos de governança, foi escrivão, professor, boticário e médico prático na ausência de um profissional habilitado no lugar. Em 1910 publica no jornal “O Planalto” um comunicado com a mudança e seu nome próprio: “Marciano de Aguiar Júnior declara ao público, que, d’ora em diante assignará simplesmente Marciano Aguiar. São Sebastião dos Crystaes, 5/11/1910.”
Foi incansável, junto a outros pioneiros, na luta pela emancipação política, administrativa e territorial de Cristalina, desmembrada de Luziânia. Proprietário, à época, da maior e melhor casa por ele construída no alto da cidade. Marciano em Cristalina, a par da família legítima, formou outra família filial com nove filhos, que se relacionaram entre si sem animosidades. Faleceu em idade provecta em 05/05/1939.
Marciano Aguiar e Georgina Pereira tiveram doze filhos:
1 Ângelo Aguiar; com Lídia Lemos do Prado, teve os filhos descobertos:
1.1 Arlindo Aguiar Sobrinho, nascido em 27/08/1933; casado em Paracatu, onde viveu, com Vera Ulhoa Aguiar, filha de Adriles Ulhoa e de Altina Costa Ulhoa, com descendência;
1.2 Lídia Aguiar;
1.3 Lísia Aguiar;
1.4 Lilia Aguiar;
1.5 Irani Aguiar, nascido em 08/12/1937; viveu em Paracatu;
Lídia Lemos do Prado em relacionamento anterior com Antônio José Taveira teve:
A) Nicanor Taveira, casado com Ieda Meireles, com descendência;
B) Maria do Carmo Taveira Jordão, casada com Rui Jordão de Carvalho;
2 José Aguiar, foi casado com descendência;
3 Francisco Aguiar, seu Chiquinho Aguiar; foi casado com Franklina Monteiro
Guimarães, de Planaltina, Goiás. Filhos:
3.1 Silk Aguiar, normalista e professora;
3.2 Olga Aguiar Mohn, professora; casada com Fritz Mohn, com descendência;
3.3 Celi Aguiar Melo, casada com Sebastião Coleto de Melo (Tião Coleto), pais de:
3.3.1 Sílvio Sérgio Coleto de Melo;
3.3.2 Célio César Coleto de Melo, já falecido; foi casado com Kênnia Abadia, filha de Hélio Santos Abadia e de Lélia de Sousa Abadia;
3.3.3 Nílton Lélio Coleto de Melo;
3.3.4 Helen Coleto de Melo, casada com Jackson Fernandes;
3.3.5 + filhos;
Sobre os Coleto de Melo:
Família originária de Correntina, Bahia. José Coleto de Melo, lá nasceu em 06/03/1892, filho de Virgínio Justiniano de Melo e de Torquata Felisaura(ou Felizarda) de Jesus.
A origem do apelido Coleto, segundo um autor proveem de um santo católico: Santo Coleto. Não confirmamos a existência desse santo.
Estabelecido em Formosa, exerceu os ofícios de sapateiro, latoeiro/funileiro e vendedor de produtos agrícolas. Foi suplente de juiz municipal e chegou a exercer a intendência (prefeitura) de formosa entre 1927 e 1930. progressista tocou obras: construiu pontes e estradas, instalou a luz elétrica na cidade, inaugurou escolas, entre outras melhorias e modernidades. Na década de 1940 rumou para Cristalina com a família e lá faleceu em 27/01/1967. Da sua união com Maria de Jesus Dutra (da família Dutra e Póvoa) teve os filhos:
1 Iracema Coleto de Melo;
2 Edgar Coleto de Melo, chefe do antigo ‘Samdu’ de Cristalina, casado com Luísa Mendes Teixeira, de origem em Paracatu, MG; filhos:
2.1 Dr. Edgar Coleto de Melo, médico em Formosa, Goiás;
2.2 Linda Coleto de Melo;
2.3 Luciene Coleto de Melo;
2.4 Gilmar Coleto de Melo;
2.5 +1 filha;
3 Sebastião Coleto de Melo, vide acima;
4 Admar Coleto de Melo;
5 Alcimar Coleto de Melo;
6 Colemar Coleto de Melo;
7 Itamar Coleto de Melo;
8 Josemar Coleto de Melo;
9 Valdemar Coleto de Melo;
10 Aymar Coleto de Melo;
11 +1 filho.
Segue os filhos de Marciano Aguiar
4 Evangelina Aguiar, casada com Joaquim dos Santos;
6 Paulo Aguiar, casado com Izabel Aguiar; filho descoberto:
6.1 Ézio Aguiar;
7 João Aguiar, sem descendência;
8 Pedro Aguiar, casado com Maria Aguiar, sem mais notícias;
9 Joana Aguiar, casada com Carlos Rodolfo Mohn, seu Carritim, tronco da família Mohn
em Cristalina; o casal teve mais de uma dezena de filhos:
9.1 Amália Aguiar Mohn, nascida em 20/01/1910; advogada;
9.2 Rodolfo Aguiar Mohn;
9.3 Iracema Aguiar Mohn, casada com José Costa Canedo; filhos:
9.3.1 Cairo Canedo;
9.3.2 Hilda Vânia Canedo;
9.3.3 + filhos
9.4 Dr. Otto Mohn, nascido em 27/04/1915; general médico do exército (cardiologista) e
escritor; casado em 31/12/1946 no Rio de Janeiro com Nelmy Therezinha Pinto Soares;
Filhos:
9.4.1 Nei Mohn;
9.4.2 Otto Mohn Filho;
9.4.3 Hugo Mohn;
9.5 Ida Aguiar Mohn, casada com Cordelino Lopes de Santiago; filhos:
9.5.1 Coronel Ney Thompson Santiago, nascido em 08/07/1935; já falecido;
9.5.2 Edna Lopes de Santiago, nascida em 14/12/1936;
9.5.3 Yone Lopes de Santiago, nascida em 18/09/1938;
9.6 Hilda Aguiar Mohn;
9.7 Ruth Aguiar Mohn;
9.8 Fritz Mohn, nascido em 1923; foi prefeito de Cristalina; casado com sua prima Olga
Aguiar Mohn. Filhos:
9.8.1 Lúcia Margot Mohn;
9.8.2 Marta Mohn;
9.8.3 Mirna Mohn;
9.9 Augusto Mohn, nascido em 1925;
9.10 Carlos Mohn, nascido em 1928;
9.11 Erich Mohn, nascido em 1930;
9.12 Hugo Mohn;
9.13 Elizabeth Mohn;
9.14 Helmuth Mohn, nascido em 20/09/1935; religioso Batista;
10 Maria Aguiar, casada com José de Goiás Brasil, nascido em Luziânia em 02/02/1881,
filho de Izabel Roriz; mudou o nome próprio duas vezes: nascido José Inácio Roriz, depois José Brasil, por fim José Goiás Brasil; estudou em Niterói, RJ; professor, musicista, jornalista; faleceu em Cristalina aos 02/11/1942; foi casado 1.ª vez com Bertolina Roriz, com quem teve a filha Abigail Goiás Brasil.
Maria Aguiar e José Goiás Brasil foram pais de:
10.1 Periandro Goiás Brasil, militar, participou na segunda guerra mundial;
10.2 Yolanda Goiás Brasil;
10.3 Yara Goiás Brasil;
10.4 Gamaliel Goiás Brasil;
10.5 América Goiás Brasil;
10.6 Vanda Goiás Brasil;
10.7 Rigoleto Goiás Brasil;
11 Joaquim Aguiar, sem descendência;
12 Arlindo Aguiar, casado com Minervina de Aguiar, sem descendência.
Marciano Aguiar, em Cristalina, já no início do século vinte, montou família filial e com
Cesária Ribeiro de Farias, natural da Bahia, teve os filhos naturais:
13 Domiciano Ribeiro, garimpeiro destemido morreu soterrado em garimpo na região do
"Resfriado". Foi imortalizado ao emprestar seu nome à essa localidade, atualmente
denominada Domiciano Ribeiro.
14 Cecílio Ribeiro.
15 Firmo Ribeiro;
16 Joaquim (Nonô ou Yoyô) Ribeiro.
17 + duas filhas.
AFONSECA
Família proveniente de São Mamede de Valongo, região metropolitana do Porto, Portugal, pioneira em Paracatu. Em Cristalina, vicejou o tronco de Leão Rodrigues de Afonseca, filho de Joana Rodrigues de Afonseca e de Luiz Rodrigues Barbosa, neto de Francisco Rodrigues de Afonseca Menhô e de Balbina de Afonseca e Silva, capitão da guarda nacional, comerciante, fazendeiro e esparramado genearca, por sua vez filho de João de Afonseca e Silva e de Maria da Costa Braga.
Leão Rodrigues de Afonseca, nascido em 11/4/1882, casou-se com Guilhermina Vieira da Silva em Paracatu no alvorecer do século vinte. Guilhermina era filha de Domingos Vieira da Silva e de Maria Gonçalves Pereira. Vieram para Cristalina na década de 1920 com a maioria dos filhos já nascidos, e lá se estabeleceram definitivamente. Leão Rodrigues de Afonseca foi de tudo um pouco em Cristalina, sobretudo no magistério como professor, culminando com a eleição pelo voto direto para prefeito em 1947. Vamos aos filhos:
1 Joana Rodrigues, falecida neonata em 1912;
2 Aristóteles Rodrigues de Afonseca;
3 Luiz Rodrigues de Afonseca, casado com Mariana Rodrigues, cg.;
4 Joana Rodrigues de Afonseca, casada com Aristóteles Santos, cg;
5 Antonina Rodrigues de Afonseca, casada com João de Sousa, cg;
6 Wilson Rodrigues de Afonseca, foi casado com Iracema Vaz. Pais de:
6.1 Jafet Rodrigues de Afonseca, casado com Hildete Lemos;
6.2 Edith Rodrigues de Afonseca;
7 Maria Rodrigues de Afonseca, casada com Gelmires Vieira da Silva, cg;
8 Francisca Rodrigues de Afonseca, casada com Absalão Vieira da Silva, cg;
9 Leão Rodrigues de Afonseca, falecido solteiro em 17/5/1930;
10 Erasmo Rodrigues de Afonseca, foi casado duas vezes: 1.ª vez com Marcelina
Afonseca; 2.ª vez com Maria Gilda Afonseca; cg;
11 Eli Rodrigues de Afonseca, falecido na infância;
12 Moema Rodrigues de Afonseca, casada com Adalardo Tiradentes Bispo, filho de Afonso Bispo e de Maria Abadia Borges, pais de:
12.1 Soêmia Bispo;
12.2 Ivan Bispo, "Senhor das Águas";
12.3 Adalvan Bispo;
12.4 Eliezer Bispo;
12.5 Maria Guilhermina Bispo.
CABRAL
Marciano Ramos Cabral e sua mulher Maria da Costa Cabral, naturais de Orizona, Goiás, onde casaram e tiveram os filhos, estabeleceram em Cristalina em 1942, vindos de Jandaia, pequena cidade situada no vale do Rio dos Bois. Marciano casou segunda vez com Miracema Marçal, sem filhos deste matrimônio.
1 Mauro Ramos Cabral, casou-se na igreja Matriz de São Sebastião em Cristalina com Josefina Fernandes; viveu em Luziânia, proprietário do famoso bar Cristal naquela cidade; filhos:
1.1 Arnaldo Ramos Cabral, dentista da marinha;
1.2 Ivete Ramos Cabral;
2 Clóvis Ramos Cabral, foi casado, com geração;
3 Marciano Ramos Cabral Filho;
4 Aurora Ramos Cabral, casada com Abrão Attié; filhos:
1 Célia Attié;
2 Lux Attié;
3 Antônio Roney Attié;
4 Sônia Attié;
5 Zilda Ramos Cabral;
6 Glaci Ramos Cabral, casada com Itagiba Durval da Silva, natural da Bahia, sem filhos;
Marciano teve ainda as filhas adotivas:
7 Maili de Oliveira;
8 Vanda de Oliveira.
Fontes:
1 Júnior, Ribeiro. Algumas Saudades Apenas, Universidade de Goiás, 1985;
2 Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional;
3 Family Search.
4 Blog – prefeitos de Formosa.
5 Mohn, Otto. Histórias e Estórias de Cristalina. Editora desconhecida, ano 1983.
6 Castro, Antônio Carlos de. Pinto Coelho da Cunha. Projeto Compartilhar, 2017.
7 Gonzaga, Olímpio. A Família Afonseca. Revista Genealógica Brasileira. N.º 15 e
16, 1947.
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